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“Nós poderíamos mudar o calendário se mudássemos as estações”
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A frase dita por Marcelo Campos Pinto em entrevista à Folha de São Paulo, talvez seja a chave para o principal entrave à mudança no calendário do Campeonato Brasileiro.
Obviamente o diretor da Globo Esportes ironizava a “idéia” do Presidente Lula, compartilhada pelos presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, e o do Clube dos 13, Fábio Koff, de adequar o calendário brasileiro aos principais torneios europeus a partir de 2011.
Com a mudança o Campeonato Brasileiro começaria em agosto de um ano e terminaria em maio/junho do outro.
Marcelo Campos Pinto, ferrenho defensor da volta do “mata-mata”, vê na mudança do calendário mais um problema a somar-se ao atual sistema de pontos corridos que há muitos anos critica por julgar responsável pela queda de audiência e da renda dos clubes.
"Tudo no Brasil para no Natal até o Carnaval. Não faz sentido ter atividade no pior momento econômico”.
Não creio que este seja o real motivo, pois até onde sei, na Europa as festas de fim de ano acompanham o calendário mundial.
Creio que a resistência passa mais pelos transtornos que tal mudança acarretaria na programação da emissora. Há ainda o problema com o calendário dos Campeonatos Estaduais, também explorados pela Globo Esportes.
Contrário a adequação ao calendário europeu, mas favorável a adequação ao modelo europeu na divisão de verbas entre os times da primeira divisão o que, na sua opinião, contribuiria para tornar o Campeonato Brasileiro “mais equilibrado, e, consequentemente mais rentável”. Sua proposta é a discussão do modelo italiano, que entrará em vigor em 2010. Nele, todos os times da Série A embolsam 40% os mesmos valores de transmissão, 30% fica dividido com base em níveis de exposição e os outro 30% cabem à premiação".
Ricardo Teixeira e Fábio Koff, que há alguns dias haviam dado declarações entusiasmadas sobre a mudança, já começaram a puxar o “freio de mão”.
O discurso inicial arrefeceu frente ás declarações de Marcelo Pinto.
Ontem, Ricardo Teixeira deu a seguinte declaração:
"Falei há uns dois anos que se dependesse somente de mim mudaria com uma canetada. Mas a televisão tem os contratos que não podem ser alterados e precisamos ouvir os clubes. Vamos estudar os prós e os contras. Com a mudança, teria que haver jogos no dia 23 de dezembro, 2 de janeiro, no domingo de Carnaval junto com desfiles de escola de samba no Rio e em São Paulo, e aqui temos uma particularidade que nenhum outro lugar do mundo tem: os torneios estaduais".
Já Fábio Koff, em entrevista a Cosme Rímoli, declarou que a TV Globo não é uma empresa qualquer. Tem seus compromissos, assinou seus contratos e pagou em dia pela transmissão do futebol, portanto tem seus direitos.
Disse ainda que adequar o futebol brasileiro ao europeu para evitar vendas de jogadores é uma bobagem já que os jogadores vão continuar saindo pois o dinheiro está lá e não aqui.
Disse ainda que embora vários clubes sejam favoráveis à adaptação do calendário, outros não são, o que significa dizer que o Clube dos 13 não tem uma posição definida.
"A Globo transmite há tanto tempo futebol porque sempre pagou mais. Se a Globo não pagar mais do que a Record, SBT ou qualquer outro canal, não vai ficar com os jogos.
Os executivos da Record sabem : eles retiraram a proposta que era maior do que a Globo faltando dois dias para acabar a concorrência. A Globo então continuou com os jogos. "
As declarações dos dois deixam claro que as mudanças não serão tão simples como pensava o Presidente Lula.
Ao que parece, se quiserem realmente mudar o calendário, terão que seguir a sugestão do diretor da Globo Esportes: Mudar as estações!
Mas não as estações do ano.
E sim aquelas estações...Aquelas que hoje transmitem os jogos.
Resta saber se isso vale a pena.
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9 comentários:
Boa tarde.
Já tinha lido o post de manhã, mas só agora tive tempo para comentar.
É um assunto muito complexo, muito pelo que o Zé refere: a televisão.
Certamente, uma mudança de calendário levaria a uma renegociação do contrato televisivo. Pelo que dá para perceber, a vontade de mudança da empresa detentora dos direitos é nula.
Isso até poderia ser ultrapassado, mas, para mim, a chave do problema está no que o presidente da CBF falou: "temos uma particularidade que nenhum outro lugar do mundo tem: os torneios estaduais".
E é aqui que está o cerne do problema. Enquanto as equipas profissionais tiverem de participar nos estaduais, não dá para fazer quaisquer mudanças de calendário do Brasileirão.
E aposto que as emissoras com os direitos televisivos dos estaduais não querem esta mudança.
E enquanto isso acontecer, não adianta falar em mudanças de calendários.
Em Portugal, há uma frase que diz: "quando não se quer fazer nada, nomeia-se uma comissão." Lembrei-me disso a propósito das declarações de Ricardo Teixeira...
um abraço
Falando de uma eventual mudança para calendário europeu, penso que não seria exequível por causa do calor do mês de Dezembro.
Penso mesmo que tal não seria necessário.
Tendo em conta a premissa do fim dos estaduais com as equipas profissionais (Séries A, B e C), daria para fazer o seguinte:
- pré-época como deve ser em Janeiro e início de Fevereiro;
- 1.º turno, a começar a meio de Fevereiro e a terminar no fim de Junho, com apuramento de campeão e 2 representantes para a Libertadores;
- um mês de intervalo, em Julho, para amigáveis com equipas Europeias;
- 2.º turno, a começar em Agosto e a terminar na última semana de Novembro, com apuramento de campeão e 2 representantes para a Libertadores.
Haveria tempo para jogar a Libertadores, no 1.º semestre, e a Sul-Americana, no 2.º semestre. E haveria espaço no calendário para a Taça do Brasil durar a época inteira.
E passaria a haver 2 campeões por ano, o que serviria para dar interesse reforçado ao 1.º turno e daria para aumentar as audiências televisivas.
um abraço
Pedro a idéia de esticar ao longo do ano tb é boa, mas ter dois campeões por ano soa estranho. Parece o campeonato argentino.
Eu sou a favor da mudança de calendário e que os times grades só participem das finais dos estaduais. Claro que não é tão simples assim, mas é só a base.
Antes dessa mudança, os times brasileiro teriam que já ser muito bem administrados, se quiserem ter alguma força nesse processo. O pessoal aqui ainda é muito amador.
Nosso país movimenta muito dinheiro, mesmo comparado com os fortes europeus, mas nossos times são ridículos.
Abraços!
Ainda não consegui chegar a uma conclusão definitiva sobre o assunto.
Gostaria de saber com CERTEZA todos os benefícios que esta mudança de calendário traria ao futebol brasileiro.
Falam muito no prejuízo decorrente da saída dos jogadores, mas nem consigo acreditar que toda essa mudança teria como objetivo apenas evitar a perda de jogadores.
Nem consigo acreditar nisso...
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Acho a idéia do Pedro boa. Mas é importante saber exatamente o que se busca para adequar o calendário.
O Tavares tem razão, em princípio, quando fala que soaria estranho. Mas acho que tudo caminha para isso.
A paixão que os torcedores têm por decisões e o retorno financeiro dado por elas aos clubes e a empresa (que for) detentora dos direitos de transmissão.
Abraço
Boa noite.
Caros Tavares e Zé, eu também acho a ideia estranha!
:-))
Para pensar nessa ideia, baseei-me no futebol argentino e, também, no facto da existência de 2 campeões num ano, no Apertura e Clausura (adaptando à realidade brasileira, seria algo como Começão e Returnão! :-D ) servir para compensar, ainda que de forma ligeira, o facto de deixar de haver campeões estaduais.
Gigi, para mim, isso de evitar a saída de jogadores é muito complicado.
Quanto muito, será conversa para amaciar as discordâncias dos torcedores em relação a uma eventual mudança de calendário.
Porque, para evitar a saída de jogadores, seria necessário restringir o mercado livre.
Nomeadamente, com a proibição da saída de jogadores, como se fez e ainda faz em ditaduras de matriz comunista.
E aqui entra, para mim, o que falou o Tavares. A falta de qualidade na gestão do futebol profissional brasileiro.
Os medíocres criaram o papão dos clubes europeus que "exploram" os clubes brasileiros para esconder a sua mediocridade.
Por exemplo, o Internacional recusou propostas de mais de 5 milhões de euros por Nilmar. Conseguiu ter uma gestão de qualidade tal para o fazer. Que eu me lembre, não li uma única frase de dirigentes do Internacional a demonizar das janelas de transferências. Porque será?...
um abraço
Esqueci-me de escrever uma frase:
Existem exemplos de boa gestão. Por exemplo, o Internacional recusou propostas de mais de 5 milhões de euros por Nilmar. Conseguiu ter uma gestão de qualidade tal para o fazer. Que eu me lembre, não li uma única frase de dirigentes do Internacional a demonizar das janelas de transferências. Porque será?...
um abraço
Então Pedro, é isso aí mesmo.
Segurar, ou pelo menos tentar, a saída de jogadores, passa por outras medidas.
Não entendo uma mudança de calendário baseada nisso.
Mas é só isso que vejo.
Neste ponto, o Ricardo Teixeira está certo. A administração dos clubes precisa passar por reformulação para ontem.
Há interesse dos jogadores em ir para o exterior? Há com certeza.
Mas há também muita vontade dos clubes para que isso aconteça.
Muitas coisas precisam ser revistas.
Bom dia para todos.
Chegando na praça sem querer ler jornal, muito menos a parte sobre esportes, e ouço anunciarem contratações no FLUZÃO, passo nulo! Peço para deixar um recado com a devida solicitação ao Zé.
Informo que acabei de mudar a lateral do TBF, o que permaneceu, foram os slides por Pedro Costa, Elvis, e José Feliciano, permanecem as utilidades publicas que são fixas, temos como novidades slides de santa Catarina litoral norte, foto 360º do forte de Copacabana, vídeo de barbados, um hotel em Budapeste, e a entrada nas barras de vídeos de whiskys, Aretha franklin, Marvin Gaye. Aos que forem visitar-nos, espero que gostem. FCD. Um abração. Olavo Endereço do TBF: http://thebestfluoglobetrotterbrasileiro.blogspot.com/
Tenham um ótimo dia.
Um abração para todos.
STSF Olavo
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